sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

Vídeo mostra homem que morreu em bungee jump prestes a dar salto

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O salto de bungee jump que matou o serralheiro Fábio Ezequiel Morais, de 35 anos, no domingo (18), em Mairinque (SP), foi filmado pela mulher da vítima. A pedido da família, a reportagem da TV TEM divulgou apenas os primeiros segundos do vídeo, que mostra o serralheiro de pé na mureta da linha férrea, já com o equipamento, pronto para pular. (Veja o vídeo acima)

Após saltar, a vítima bateu no solo e caiu sobre o colchão inflável. O vídeo mostra o desespero dos familiares da vítima logo após o choque. "Eu falei que ia dar merda", diz o irmão, David Fabiano Moraes. "Ah, não acredito, gente. O que que aconteceu?", pergunta a mulher de Fábio.

O serralheiro foi socorrido e levado ao pronto-socorro, mas não resistiu aos ferimentos.

Era a terceira vez que Fábio saltava pela empresa M.F. Locações de Equipamentos. A primeira experiência ocorreu há cerca de um mês, no mesmo local onde ele morreu, e a segunda, um salto de um guindaste, aconteceu há 10 dias, em Mairiporã (SP).

David Fabiano diz que tinha percebido que o equipamento não era adequado. "Reparei que na bitola que segura o gancho que faz o içamento, pelas normas brasileiras técnicas, deveria ter três grampos de segurança para prender o cabo, naquele item só tinha um. Além disso, a cadeirinha usada era para rapel, não para saltos", afirma ele, que já foi foi técnico de segurança do trabalho em altura e instrutor de rapel.



Depoimento
O empresário Max Frederik Wienand, dono da M.F. Locações de Equipamentos, prestou depoimento na quarta-feira e admitiu que houve uma falha no equipamento.
Segundo a delegada responsável pelo caso, Fernanda Ueda, o empresário e o instrutor Deir Nascimento, os primeiros a serem ouvidos na investigação, alegam que a corda de "backup", acionada depois que a principal se rompe, era maior do que deveria.
"Conseguimos notar que existe uma clara falha técnica do equipamento. Eles imputam a medição [da corda] a uma empresa que seria responsável pelo fornecimento do backup. Isso a gente vai analisar", afirma.
Outros dois instrutores foram intimados a depor sobre o caso. Segundo a delegada, três responsáveis pela empresa estavam com a vítima no momento do salto; dois instrutores em cima da ponte e um operador no solo, próximo ao colchão inflável onde o serralheiro deveria ter caído. Além de Fábio, outras cinco pessoas iriam saltar da ponte. Cada um pagou R$ 250 pelo serviço.

Outros acidentes
O G1 apurou que Max Frederik Wienand é o único proprietário da M.F. Wienand Locação de Equipamentos, que organizou o salto de bungee jump em Mairinque (SP). A empresa aberta em 2012 consta como ativa no cadastro da Receita Federal e tem nome fantasia de Maxtreme. O alemão, entretanto, também é sócio da empresa Maxtreme Atrações Interativas Ltda.-EPP, junto com Ana Paula Wienand.
O cadastro desta empresa foi aberto em 1997 e também está ativo. Sobre a Maxtreme Ltda. recaem dois processos de acidentes. Um deles causou a morte da jovem Tamires Leite da Silva, 19 anos, durante um festival country em Juiz de Fora (MG).


Conforme noticiado pelo G1 na época, a vítima caiu de uma altura de aproximadamente 30 metros. Além da Maxtreme, a família da jovem processou a empresa organizadora do evento e pediu uma indenização de R$ 760 mil. Durante o depoimento o empresário relatou o caso à delegada em Mairinque, sem dar detalhes sobre o processo.
Já o vendedor Emanuel Luan Buschin Paiva, 24 anos, sofreu um acidente em 2013, em um festival de rock de Ribeirão Preto (SP). Depois de pagar R$ 120 pelo salto de uma altura de aproximadamente 40 metros de um guindaste, ele entrou em uma gaiola e recebeu a ajuda de um instrutor para colocar os equipamentos de segurança. Ao saltar, foi parar embaixo da gaiola, onde ficou pendurado por cerca de seis segundos, chocando-se contra a estrutura de ferro.
"A corda de segurança, de um metro mais ou menos, serve para segurar a pessoa se a queda acontece antes do guindaste estar na altura certa, só que depois deve ser desativada, o que não aconteceu no meu caso. Saltei e voltei por baixo da plataforma", explica. Paiva machucou a testa e teve escoriações em um dos braços, mas depois de ser puxado para a gaiola ouviu do instrutor que poderia realizar o salto mesmo assim.
"Só chegando lá embaixo comecei a ver o desespero da minha noiva e de pessoas que estavam lá. Na hora da adrenalina não percebi que estava sangrando", afirma o vendedor. O processo movido pela vítima, também contra a empresa organizadora do festival, requer uma indenização de R$ 80 mil por danos morais. A advogada de Emanuel, Luciana Martins de Andrade Veiga, explica que o processo está em fase de citação, aguardando apresentação de defesa da empresa.
Questionado pelo G1 sobre os outros acidentes pelos quais responde na Justiça, Max se limitou a dizer que está colaborando com as investigações.

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